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Nota de pesar – Nelson Bejarano | Sociedade Brasileira de Ensino de Química

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A Sociedade Brasileira de Ensino de Química lamenta o falecimento do professor doutor Nelson Rui Ribas Bejarano. Ele era Professor Titular aposentado do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia, lotado no Departamento de Química Geral e Inorgânica e participante do Grupo de Ensino de Química.


Graduado em Química pela Universidade Estadual de Campinas (1987), mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1994) e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, o professor Nelson ingressou na carreira docente na Universidade Federal de Uberlândia em1993 e em 2002 ingressou na UFBA.

Atuou no Programa de Pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da UFBA/UEFS, onde orientou estudantes de mestrado e doutorado.


Nelson Bejarano era, desde 2010, membro titular ordinário da Associação de Filosofia e História das Ciências do Cone Sul – AFHIC, líder de dois grupos de pesquisa do CNPq – Filosofia da Química e Formação de Professores de Química e Ensino de Ciências/Química -, realizou estágios de pós-doutorado junto ao Departamento de Filosofia da USP, na área de Filosofia da Ciência, e no Centro de Formacíon e Investigación em Ensenanza de las Ciências – Cefiec da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais da Universidade de Buenos Aires.


Nas suas orientações, nada deveria ser apenas de Ensino (de Ciências), nada deveria ser finalizado com um “amém”. Teorias, quaisquer que fossem elas, não seriam vistas apenas pelo viés teórico, tudo tinha que incluir uma discussão Filosófica. Com alguns dos seus jargões, repetia sempre: “o Construtivismo tomou bordoada”, “a Interdisciplinaridade levou um soco no estômago” e “a contextualização, essa então, caiu no segundo round”.


Nas reuniões de seus grupos, sempre bem calorosas, ele tinham dedo em riste, – “as palavras estão bonitas, mas já estão no texto escrito?” -, mas, a tônica era de muita generosidade em compartilhar seus conhecimentos, suas experiências, sua visão de mundo, sempre incluindo a filosofia; e um abraço carinhoso em todos nós no início. Ao fim de todas as reuniões ele lançava aquela famosa frase, “então vamos ao nosso happy hour para relaxar?” Nelsão era assim, e assim será lembrado por todos nós que tivemos o privilégio de conviver com ele, na academia e fora dela.


Em seus últimos anos, mesmo diante da batalha que enfrentava contra o câncer, não deixou de orientar trabalhos e contribuir com a área, ainda que as dificuldades de se fazer presente existissem, ele conseguiu com maestria contribuir de forma efetiva com a formação de suas duas últimas orientações de mestrado e doutorado, que continuou fazendo mesmo depois da aposentadoria.


Em nenhum momento Nelson deixou a “peteca cair”. Suas palavras eram sempre de luta e sempre muito otimistas. Nunca deixou se levar pelo momento, resistiu bravamente até o fim. Era de uma inteligência ímpar, seja qual fosse o assunto, sabia opinar, indicava livros e artigos, e, diante de sua vasta sabedoria, sempre tinha uma boa história para contar.

Nelson era mais que um orientador, um verdadeiro “paizão” que fazia questão de acompanhar todos os seus orientandos com o mesmo vigor e afetividade. E com esse jeito descontraído, sempre muito bem humorado e de uma generosidade rara, ele conseguia mudar a visão de mundo daqueles que o rodeavam.

E será assim que nós que compomos o grupo dos orientandos do professor Nelson Bejarano vamos lembrar dele. Seus conhecimentos, seus ensinamentos estarão conosco e assim, você, Nelsão, também estará!

Texto escrito por orientandos do Prof Nelson a pedido da SBEnQ

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